Sou eu.
Sou estranha, confesso.
Uma alma inconstante em um universo inconstante, e isso acreditem em mim é uma péssima
combinação, sou precipitada, cabeça mas não sou razão, sou totalmente coração.
Perdoe-me se lhe incomodei com meus gritos aos sete ventos, é que sou também
uma voz que não se cala, talvez a morte, mas apenas ela. Sou um furacão,
totalmente sem rumo e confusa, uma tempestade com raios mas enfim sou mesmo
águas tranquilas, em um oceano distante. Não estou aqui, estou sempre ocupada fechando
as portas do castelo em qual cresci, sou totalmente fantasia e tão pouca
realidade. Estou sozinha essa noite, como todas as outras desde que aprendi que
nascemos sozinhos e morremos sozinhos, as vidas continuam, ninguém nunca para
por nossa causa, uma pena. Me procuro em mim e quase nunca me acho, é confuso, perturbador,
nocivo, acostumei. Tenho a minha fé no universo e no destino, apenas confio não
olho os antecedentes, como já disse, sou coração. E finalmente, por favor Deus,
me poupe pelo menos essa noite.
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